O deputado Robert Rios (PDT) disse,
hoje (29), que denunciará ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) o desembargador
que concedeu liminar autorizando o despejo da rádio Sete Cidades de Piracuruca.
Segundo ele, na manhã de hoje,
oficiais de justiça acompanhados de jagunços invadiram a emissora e derrubaram
a torre de transmissão.
Em seu discurso, Robert Rios fez
ainda críticas ao Governo do Estado, afirmando que ele pretende acabar com a
segurança e privatizar a saúde pública.
Falando sobre a rádio de Piracuruca,
Robert Rios disse que, embora tenha se julgado suspeito para decidir a questão,
o desembargador do Tribunal de Justiça concedeu liminar que levou à invasão da
emissora.
Ele assinalou que o ex-dono da rádio
fraudou um documento transferindo o terreno onde a emissora fica localizada
para um filho, o que teria justificado a concessão da liminar que já foi
cassada pelo Tribunal de Justiça. “Foi uma truculência o que aconteceu e vamos
buscar o ressarcimento dos prejuízos”, acrescentou.
Em seguida, o parlamentar pedetista
criticou a decisão do Governo de formar parceria com uma organização social
(OS) para administração do Hospital Regional Justino Luz, de Picos, o que, em
sua opinião, é o início da privatização da saúde pública piauiense.
Afirmou que “estão fazendo a mesma
coisa com a segurança pública, já que os concursados para delegados e agentes
não foram nomeados e vêm sendo contratados terceirizados”.
Robert Rios criticou o fechamento de
delegacias à noite e denunciou que o Governo quer criar coordenadorias de
segurança no interior visando substituir delegados concursados por
“cabos-delegados” que estarão a serviço das autoridades.
Ele criticou ainda a contratação pelo
Governo da Fundação Getúlio Vargas por R$17 milhões para o acompanhamento de
obras, afirmando que o Piauí conta com pessoas capacitadas para realizar esse
trabalho.
Em aparte, o deputado Rubem Martins
(PSB) disse que uma comitiva de parlamentares irá a Picos amanhã (30) para
defender a suspensão da parceria administrativa do Hospital daquela cidade,
enquanto o deputado Firmino Paulo (PSDB) chamou de esdruxula e inconstitucional
a proposta do Governo de criar as coordenadorias de segurança pública.
O deputado Marden Menezes (PSDB),
vice-presidente da Assembleia Legislativa, disse que a parceria administrativa
do hospital de Picos é uma privatização camuflada e que o povo do município
precisa ser ouvido sobre a questão. O deputado Pablo Santos (PMDB) afirmou que
é contra a forma como está sendo feita a parceria, pois entende que a população
picoense sairá perdendo.
O líder do Governo, deputado João de
Deus (PT), disse que esteve ontem(28) com o governador Wellington Dias,
juntamente com o presidente da Assembleia, deputado Themístocles Filho (PMDB),
tratando sobre a questão do hospital de Picos.
“Acabei de ser informado pelo
secretário de Saúde, Francisco Costa, de que o governador garantiu que qualquer
decisão sobre o hospital de Picos somente será tomada após uma reunião com os
deputados, o que deve acontecer nos próximos dias”, declarou ele.
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João de Deus disse ainda que foi
informado pelo secretário de Segurança, deputado federal Fábio Abreu (PTB), que
a proposta de coordenadorias de segurança está sendo testada em outros Estados,
como São Paulo e Paraná, e que o Governo optou por contratar a Fundação Getúlio
Vargas porque teria que realizar concurso público para nomear servidores, o que
seria mais oneroso para o Estado.
O deputado Marden Menezes, em novo
aparte, cobrou garantias do Governo em relação à formação de uma parceria para
administrar o hospital de Picos e o deputado João de Deus reafirmou que o
governador só tomará uma decisão a respeito do assunto após a reunião com os
parlamentares.
Robert Rios encerrou seu discurso
dizendo que o Governo não precisa fazer concurso para acompanhar obras,
reafirmando que o Piauí conta com profissionais capacitados para isso, e que
tem conhecimento de que as coordenadorias de segurança vêm sendo criadas no Rio
Grande do Norte e Sergipe. (J. B.)