quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Estados que investiram menos têm capitais mais violentas, Teresina está no 6º lugar

Os Estados que reduziram ou aumentaram pouco os investimentos em segurança pública no ano passado têm suas capitais na lista das dez líderes em assassinatos. É o caso do Piauí, Mato Grosso, Paraíba e Rio Grande do Norte. Teresina saiu do 12° no índice de violência para o sexto lugar
Os dados de despesas per capita com segurança e de mortes violentas integram o 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira (30).
Segundo o levantamento, as capitais brasileiras registraram um homicídio a cada meia hora no ano passado. Os dados reúnem casos de homicídio doloso (intencional), agressão e roubo seguidos de morte.
Quanto aos gastos com segurança por cidadão, o Piauí é o Estado que registrou maior queda no país: investiu 37,7% menos em funções como policiamento e serviços de informação e inteligência –de R$ 29,67 por cidadão em 2013, passou a R$ 18,48 no ano seguinte.
No mesmo período, Teresina pulou da 12ª colocação do ranking das capitais mais violentas para a 6ª posição. A taxa de crimes intencionais por grupo de 100 mil habitantes também aumentou: 33,7% –passando de 39,7 para 53,1.
Também o Mato Grosso reduziu seus gastos no período (queda de 3%), enquanto Paraíba (0,3%) e Rio Grande do Norte (4,8%) aumentaram pouco os investimentos.
No caso desses três Estados, suas capitais –respectivamente Cuiabá, João Pessoa e Natal– já estavam no ranking das dez com maiores taxas por 100 mil habitantes de assassinatos de 2013 e continuaram na lista do ano passado.
Natal teve taxa de 65,9 mortos em 2014, enquanto em João Pessoa o índice foi de 61,6 e, em Cuiabá, de 47,4.
INVESTIMENTO Mesmo com o ajuste fiscal, os gastos com segurança pública aumentaram 16,6% no ano passado no país. Estados, prefeituras e o governo federal investiram, juntos, R$ 71,2 bilhões no setor em 2014, ante R$ 61,1 bilhões no ano anterior.
Vice-presidente do Fórum Brasileiro, o sociólogo Renato Sérgio de Lima avalia que gastar muito com segurança não tem necessariamente um impacto significativo na queda de mortes.
"A gente está gastando muito para ter níveis de violência que são absurdamente altos. Se não integrarmos as polícias, usarmos a informação com planejamento e dialogarmos com os moradores, vamos perder recursos, ainda mais em ano de ajuste fiscal", disse o sociólogo.
HOMICÍDIOS NAS CAPITAIS O governo do Piauí, em nota, apontou a falta de investimentos na gestão passada como motivo do aumento dos crimes. O atual governo, diz, tem investido em operações policiais, convocado aprovados em concurso, investido em tecnologia e apoiado projetos sociais.
A prioridade, diz a nota, "é investir em três frentes, que são prevenção, tecnologia e social". De janeiro a agosto deste ano, afirma, houve queda de 25,71% nas vítimas de homicídios dolosos –foram 203 ocorrências este ano em Teresina ante 274 no mesmo período de 2014.

Paraíba, segundo nota do governo reeleito de Ricardo Coutinho (PSB), reduziu o número de homicídios em 24% em sua gestão passada e afirma que houve queda de 8% neste ano, comparado a 2014. O dado é "fruto de um investimento em pessoal, equipamento e estrutura no aparato da segurança, incluindo inteligência", diz a nota. 

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