Não se sabe o que disse, deixou a entender, quis afirmar,
lançou enigmas: fez o discurso do político brasileiro que fala por linguagem
própria só acessível aos seus próximos, os mais entrosados e confiáveis. Afinal
(arre) o que disse o vice-presidente Michel Temer, na noite de quinta-feira não
tem nenhuma importância. O importante é o que deixou de dizer.
O brasileiro vive de frases e enigmáticas, construções ricas
de significados misteriosos. O discurso do PMDB na TV foi uma dessas peças que
ainda hoje bota político e cidadão para pensar em golpe, em impeachment, acordão,
afago, entendimento e tudo o mais.
A rigor, quem o viu entendeu que aquele programa não era
para o povo brasileiro. O que se disse ali foi discurso interno para clientes
da casa: ou o PMDB quer mais do que lhe oferta de bandeja o governo da
Presidente Dilma Roussef ou não quer mesmo nada.
O PMDB só quer “frescar”, expressão legítima do vocabulário
piauizeiro. Veja que colhi esse aparatoso desabafo de autoridade petista ainda
confusa pelo vídeo peemedebista em que todos apareciam no escuro, figurando que
estamos atolados num imenso buraco negro do qual ninguém sabe (parece que nem o
partido de Temer) como vamos sair.
É esperar os próximos movimentos nesse mundo de especulação
em que se transformou o Brasil nos últimos meses desde que o Governo perdeu
esquadro, nível e prumo. Anda às tontas. Não sabe o que diz.
Surgindo do escuro, o PMDB vem com o Sr Michel Temer como
imagem do cinema de mistério falando o que ninguém entende. Dizendo que “essa é
a verdade”. A “verdade” do PMDB.
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