Reunião desta quinta, 4, em São Paulo não debaterá
impeachment; sigla e petista vivem fase tensa
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A Comissão Executiva Nacional do PT se reúne nesta
quinta-feira, 4, em São Paulo para definir a atuação do partido nas eleições
municipais de outubro.
Segundo dirigentes, o impeachment da presidente afastada
Dilma Rousseff deve ficar em segundo plano na reunião.
Nesta quinta, a cúpula petista terá de avaliar a composição
das chapas e a posição do partido em 89 cidades onde haverá segundo turno.
Além
disso, os dirigentes petistas vão julgar uma série de recursos de candidatos
cujas alianças foram barradas por instâncias superiores do partido. Por isso,
segundo eles, as discussões sobre a manutenção do mandato de Dilma vão ficar
para outro momento.
A Executiva petista deve aprovar uma breve convocatória para
o ato “Fora Temer” marcado para amanhã na praia de Copacabana, no Rio de
Janeiro, com o objetivo de dividir as atenções com a abertura dos Jogos
Olímpicos.
O partido deve convocar o Diretório Nacional para retomar o tema do
impeachment só na próxima semana.
“A reunião da Executiva é para discutir eleição. Acho que
não vai dar nem tempo de falar sobre o golpe. Os ares de Brasília não têm
passado por aqui”, afirmou Francisco Rocha, o Rochinha, coordenador da corrente
Construindo um Novo Brasil (CNB), a maior do PT.
Anteontem, Dilma defendeu uma
“transformação” do PT em função das denúncias de corrupção reveladas pela
Operação Lava Jato e do próprio afastamento da Presidência, que desalojou a
legenda do governo federal depois de mais de 13 anos de gestões petistas no Palácio
do Planalto.
Ela já havia dito, na semana anterior, que, se houve caixa 2
em suas campanhas, a responsabilidade seria do partido. As declarações
irritaram alguns setores do PT. “Concordo quando Dilma diz que é preciso uma
transformação do PT. Mas não adianta só falar. Ela deveria ter ajudado muito
mais com ações concretas. E não ajudou”, afirmou Rochinha.
De acordo com dirigentes petistas, o partido, de forma
institucional, vai continuar engajado na defesa do mandato de Dilma. O
presidente da legenda, Rui Falcão, senadores e deputados petistas e integrantes
de movimentos sociais ligados ao partido têm dialogado com frequência com a
presidente afastada para traçar estratégias que ajudem no convencimento de
senadores indecisos.
Carta. No dia 10, Dilma deve apresentar uma carta à
população na qual vai se comprometer, caso volte ao poder, com a adoção de uma
política econômica diversa daquela adotada no segundo mandato, como aceno aos
movimentos sociais.
A carta deve também fazer a defesa de um plebiscito para
realização de uma ampla reforma política e a realização de novas eleições para
presidente. O alvo são senadores indecisos ou descontentes com o início do
governo interino de Michel Temer.
O apoio, no entanto, é meramente formal. Quase ninguém no
PT, incluindo integrantes do círculo mais próximo de Dilma, acredita na
reversão do processo de impeachment.
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