O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
|
Em 10 páginas de depoimento prestado no último dia 6 de
janeiro, obtidas pelo jornal "O Estado de S. Paulo", o ex-presidente
afirmou que não foi comunicado por um dos seus filhos, o empresário Luís
Cláudio Lula da Silva, de que havia sido contratado por R$ 2,5 milhões pelo
lobista Mauro Marcondes Machado, preso sob acusação de operar o suposto esquema
de compra de medidas provisórias.
O esquema, que resultou na Operação Zelotes, foi revelado em
série de reportagens de "O Estado de S. Paulo" publicadas em outubro.
Lula, conforme transcrição da PF, "fez questão de
registrar" que não recebia lobistas e que "tanto ele quanto seus
parentes jamais exerceram lobby ou consultoria empresarial". O petista
alegou que nunca obteve "benefício decorrente" dessa atividade.
O ex-presidente "afirmou ainda que mesmo após sua saída
do cargo público, nunca nem ele nem seus parentes realizaram atividade de lobby
ou consultoria empresarial.
Disse que fazia questão de informar que realiza conferências
no Brasil e no exterior, sempre em defesa do interesse nacional, e que tomou
como decisão de honra não interferir na gestão do novo governo", registrou
a PF.
Lula disse acreditar "que Luís Cláudio tenha procurado
Mauro Marcondes para obter patrocínio para seu projeto na área de futebol
americano" e que, pelo que sabe, o filho foi contratado para estudos na
área do esporte".
O ex-presidente ressaltou que ele e o Instituto Lula não têm
qualquer tipo de relacionamento financeiro com a empresa do filho, a LFT
Marketing Esportivo.
Aos investigadores, sustentou nunca ter indicado
"potenciais clientes ao seu filho, como também ele nunca lhe pediu".
Acrescentou ainda não saber dizer quando Mauro Marcondes e sua mulher, Cristina
Mautoni, conheceram Luís Cláudio.
Bandido O
ex-presidente foi questionado pela PF sobre arquivo encontrado no computador da
empresa de Marcondes, no qual estava registrado: "A MP foi combinada entre
o pessoal da Fiat, o presidente Lula e o governador Eduardo Campos (morto em
2014)".
"Combinação nesse tipo é coisa de bandido", reagiu
o petista, acrescentando que não ocorreu a transação mencionada.
Lula afirmou que participou de uma reunião, a pedido de
Eduardo Campos, na qual o ex-governador de Pernambuco levou o dirigente da Fiat
na América Latina Cledorvino Belini.
O ex-presidente, porém, diz não se
recordar se o empresário ainda era da Fiat ou se já estava na Associação
Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Lula explicou que, no encontro, foram esclarecidos os
benefícios da instalação da fábrica da montadora em Pernambuco. A partir dessa
reunião, afirmou, as discussões transcorreram dentro dos setores técnicos dos
ministérios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário