Transmissor de três doenças está se multiplicando |
O continente americano deve ter entre 3 milhões e 4 milhões
de casos de Zika em 2016.
A estimativa é Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O cálculo é baseado no número de infectados por dengue,
doença transmitida pelo mesmo vetor, em 2015.
A organização considerou também a
falta de imunidade da população para chegar a esse número.
A estimativa foi citada pelo diretor de Doenças
Transmissíveis e Análise de Situação de Saúde da Opas, Marcos Espinal, em sessão
da OMS sobre o vírus Zika.
O continente americano registrou cerca de 2 milhões
de casos de dengue no ano passado, sendo 1,5 milhão no Brasil.
Semana passada a organização alertou que o vírus vai chegar
a todos os países do continente americano, com exceção do Chile e do Canadá,
onde não circula o vetor da doença, o mosquito Aedes aegypti.
Durante a sessão, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan,
avaliou que a situação do vírus no mundo mudou drasticamente, e que o Zika,
após ser detectado nas Américas em 2015, se espalha de forma explosiva. Até o
momento, segundo a diretora-geral, 23 países
reportaram casos da doença.
Transmitido por um mosquito bem conhecido dos brasileiros, o
vírus Zika começou a circular no Brasil em 2014, mas só teve os primeiros
registros feitos pelo governo em maio de 2015.
O que se sabia sobre
a doença, até o segundo semestre de 2015, era que sua evolução era benigna e
que os sintomas são parecidos, porém, mais leves do que os da dengue e da febre
chikungunya, transmitidas pelo mesmo mosquito.
Porém, no dia 28 de novembro de 2015 o Ministério da Saúde
divulgou que, quando gestantes são infectadas por este vírus, existe a
possibilidade virem a gerar crianças com microcefalia, uma malformação
irreversível do cérebro, que pode vir associada a danos mentais, visuais e
auditivos.
A relação causal foi feita, entre outros motivos, porque,
com a chegada do vírus no país, foi percebido aumento inesperado de nascimentos
de crianças com a malformação, principalmente em locais onde há surto do Zika.
Enquanto em 2014 foram anotadas 147 notificações, entre
outubro de 2015 e janeiro de 2016 foram registradas 270.
Para a diretora-geral da OMS, há uma suspeita muito forte da
relação causal entre o vírus Zika e casos de malformação congênita e síndromes
neurológicas, mas ela não foi cientificamente estabelecida. Fonte Aline Leal - Repórter da Agência Brasil
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