Renata Brito, Nelci Warken e Ricardo Honório transferidos |
Preso na madrugada de ontem (28) no Aeroporto de Guarulhos
(SP), Ademir Auada, responsável pela offshore Murray Holdings na empresa
panamenha Mossack Fonseca, já está fazendo exames no Instituto Médico-Legal (IML)
e vai prestar depoimento hoje (29,.
Já à tarde acontece o depoimento de Auada, que estava no
exterior. Ele é um dos investigados na 22ª fase da Lava Jato, deflagrada há
dois dias e batizada de Triplo X.
Renata Pereira Brito, Nelci Warken e Ricardo Honório Neto
foram presos na nova fase da Lava Jato, em São Paulo, e transferidos para
Curitiba Rovena Rosa/Agência Brasil
Na ação, foram expedidos seis mandados de prisão temporária
por cinco dias, que podem ser prorrogados se a Justiça considerar necessário.
Além de Auada, a Polícia Federal (PF) vai ouvir Ricardo
Honório Neto, um dos sócios do escritório da Mossack no Brasil, e agora de
manhã estava previsto o depoimento da publicitária Nelci Warken.
Nelci prestou
serviços à Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) e é apontada como
responsável por um triplex no Condomínio Solaris, no Guarujá (SP), alvo da
operação.
Renata Pereira Brito, que trabalhava com Honório, depôs
ontem (28) na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Segundo assessores da PF, Maria Mercedes e Luis Hernandez
Rivero, citados nas investigações como administradores de fato da Mossack no
Brasil, continuam foragidos, mas os mandados de prisão temporária continuam
válidos.
Mais um investigado
Nesta fase, investigadores querem saber se unidades do Condomínio Solaris, no
Guarujá, litoral paulista, foram usadas para repasse de propina.
O empreendimento, inicialmente construído pela Bancoop,
presidida entre 2005 e 2010 pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso
em abril do ano passado, foi repassado à empreiteira OAS em 2009, em
decorrência de uma crise financeira da cooperativa.
As suspeitas são de que a empreiteira reservou alguns
apartamentos triplex para quitar negociações ilegais.
A Mossack está sendo investigada pela PF pela suspeita de
auxiliar a abertura de empresas e contas no exterior a fim de esconder dinheiro
de propina, fruto de atividades irregulares envolvendo a Petrobras.
Em resposta à Agência Brasil, a Mossack afirma que a empresa
está sendo envolvida “erroneamente em temas nos quais não tem nenhuma
ingerência”.
Carlos Sousa, diretor de Relações Públicas da empresa, cita
o escritório do Brasil como franquia e afirma que a Mossack não foi procurada
por autoridades locais ou de outros países.
Segundo ele, a aquisição da companhia foi a pedido de um
cliente intermediário, que já teria uma carteira de clientes.
“Temos um
departamento que realiza programas abrangentes de diligência para verificar a
legitimidade de cada um dos nossos clientes.
Quando recebemos a solicitação, a diligência não encontrou
resultados adverso ou qualquer ligação com pessoas politicamente expostas”,
explicou.
Na nota, ele reforça que a empresa não participa de
aquisição, locação ou consultoria imobiliária em qualquer parte do mundo e não
tem qualquer relação com os nomes envolvidos na operação.
“Não patrocinamos ou facilitamos a violação da legislação em
vigor em nenhum país”, completou. O escritório no Brasil foi procurado, mas não
se manifestou.
A Bancoop disse que a transferência para a construtora OAS
do condomínio, que na época se chamava Mar Cantábrico, foi decidida em
assembleia com os cooperados.
“Assim, desde 2009 a Bancoop não tem qualquer relação com o
empreendimento Mar Cantábrico, que, inclusive teve sua denominação alterada
para Solaris”, acrescentou.
A OAS não vai se pronunciar sobre a investigação. A defesa
da empreiteira disse que os documentos estavam à disposição da Polícia Federal,
que poderia ter solicitado essas informações. FONTE Carolina Gonçalves -
Repórter da Agência Brasil
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