domingo, 29 de novembro de 2015

Abengoa inicia demissão em massa que atinge mais de 1.500 trabalhadores em obras na Bahia, Piauí e Tocantins

Na área de atuação da empresa existem trabalhadores de vários Estados
O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia (Sintepav)  ingressou na última quinta-feira (26) com pedido de mediação em caráter de urgência, junto ao Ministério Público do Trabalho - MPT.

A ação é referente a demissão em massa dos trabalhadores da Companhia espanhola Abengoa, responsável por obras de energia renovável e infraestrutura na Bahia.

A empresa, uma das maiores do mundo na construção de linhas de transmissão, tem grande área de influência nas regiões em que atua. Trabalhadores do Piauí e do Tocantins tabem foram atingidos pelas demissões. No Piauí, se encontra um dos maiores parques de produção de energia eólica do Brasil.

Nas últimas semanas a companhia já havia demitido cerca de 500 trabalhadores e agora somente na Bahia, realizará até o final do mês, a demissão de mais de 1.500 funcionários.

A Abengoa está presente em mais de 80 países e tem o maior projeto de linhas de transmissão do Nordeste - 900km passa pela Bahia.

De acordo com o Dow Jones Newswires, a companhia espanhola Abengoa, está encerrando as atividades no Brasil e entre os contratos firmados entre a empresa e o Governo Federal está a renovação da rede de transmissão de energia desde a cidade de Miracema/TO até Sapeaçu/BA.

Neste trecho vários fornecedores e prestadores de serviços de Goiás, Tocantins, Piauí e Bahia, estão angustiados devido ao crédito que têm junto a empresa espanhola. Muitos deles o volume de recursos se aproximam de um milhão de reais a receber.

Conforme a publicação, caso se confirme o calote, empresas de médio e pequeno porte deverão fechar as portas e enfrentar uma enxurrada de ações trabalhistas.

O Sintepav BA buscará medição, via o MPT, na tentativa de diminuir os impactos negativos na vida dos trabalhadores causados pela perda dos empregos, repentinamente e ainda pela crise financeira que o país enfrenta.

Espera-se que a negociação estabeleça o auxilio financeiro, pagamento de cestas básicas por um período, cursos de qualificação profissional e de que os trabalhadores demitidos sejam contratados prioritariamente, se houver a retomada das obras, além da garantia do pagamento de verbas rescisórias e de outros benéficos dos quais os trabalhadores demitidos tem direito.

A Companhia entrou com um pedido preliminar de proteção contra credores, um passo inicial que pode levar ao maior caso de falência da história da Espanha.

A empresa é ainda apontada pelo Dow Jones Newswires como uma das maiores construtoras do mundo de linhas de transmissão que transportam energia pela América Latina.

É também importante no setor de engenharia e construção com grandes usinas de energia renovável em lugares que vão do Kansas ao Reino Unido.

A mais recente rodada de negociações da Abengoa com seus credores começou após a companhia de investimentos espanhola Gonvarri Corporación Financiera cancelar um plano de injetar cerca de 350 milhões de euros (US$ 375,85 milhões) na empresa sediada em Sevilha, disse a Abengoa na documentação regulatória entregue nesta quarta-feira.

Assim, as ações do Abengoa chegaram a cair até 70% nesta quarta-feira. Perto do fechamento da Bolsa de Madri, o papel recuava 49,78%. A notícia também atinge as ações de bancos espanhóis, que estão entre os credores da Abengoa.

O valor de mercado caiu para 300 milhões de euros, registrou endividamento financeiro bruto de 8,9 bilhões de euros no terceiro trimestre. 

A Abengoa tem agora até quatro meses para negociar com os credores. Pela lei espanhola, enquanto isso os credores não poderão forçar a falência da companhia.

O Sintepav Bahia lamenta as demissões que agravarão o quadro de crise social das regiões dos municípios Riachão das Neves, Barreiras, Santana, Bom Jesus da Lapa, Igaporã, Livramento de Nossa Senhora, Ibicoara, Planaltino, Castro Alves e Sapeaçu.


Compreende que os trabalhadores não podem ser sacrificados com a perda dos seus direitos. A demissão de milhares de trabalhadores causará impacto direto na economia local, diminuindo o fluxo de renda no estado.

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