Na área de atuação da empresa existem trabalhadores de vários Estados |
O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e
Montagem Industrial do Estado da Bahia (Sintepav) ingressou na última quinta-feira (26) com
pedido de mediação em caráter de urgência, junto ao Ministério Público do
Trabalho - MPT.
A ação é referente a demissão em massa dos trabalhadores da Companhia
espanhola Abengoa, responsável por obras de energia renovável e infraestrutura
na Bahia.
A empresa, uma das maiores do mundo na construção de linhas
de transmissão, tem grande área de influência nas regiões em que atua.
Trabalhadores do Piauí e do Tocantins tabem foram atingidos pelas demissões. No
Piauí, se encontra um dos maiores parques de produção de energia eólica do
Brasil.
Nas últimas semanas a companhia já havia demitido cerca de
500 trabalhadores e agora somente na Bahia, realizará até o final do mês, a
demissão de mais de 1.500 funcionários.
A Abengoa está presente em mais de 80
países e tem o maior projeto de linhas de transmissão do Nordeste - 900km passa
pela Bahia.
De acordo com o Dow Jones Newswires, a companhia espanhola
Abengoa, está encerrando as atividades no Brasil e entre os contratos firmados
entre a empresa e o Governo Federal está a renovação da rede de transmissão de
energia desde a cidade de Miracema/TO até Sapeaçu/BA.
Neste trecho vários fornecedores e prestadores de serviços
de Goiás, Tocantins, Piauí e Bahia, estão angustiados devido ao crédito que têm
junto a empresa espanhola. Muitos deles o volume de recursos se aproximam de um
milhão de reais a receber.
Conforme a publicação, caso se confirme o calote, empresas
de médio e pequeno porte deverão fechar as portas e enfrentar uma enxurrada de
ações trabalhistas.
O Sintepav BA buscará medição, via o MPT, na tentativa de
diminuir os impactos negativos na vida dos trabalhadores causados pela perda
dos empregos, repentinamente e ainda pela crise financeira que o país enfrenta.
Espera-se que a negociação estabeleça o auxilio financeiro,
pagamento de cestas básicas por um período, cursos de qualificação profissional
e de que os trabalhadores demitidos sejam contratados prioritariamente, se
houver a retomada das obras, além da garantia do pagamento de verbas
rescisórias e de outros benéficos dos quais os trabalhadores demitidos tem
direito.
A Companhia entrou com um pedido preliminar de proteção
contra credores, um passo inicial que pode levar ao maior caso de falência da
história da Espanha.
A empresa é ainda apontada pelo Dow Jones Newswires como uma
das maiores construtoras do mundo de linhas de transmissão que transportam
energia pela América Latina.
É também importante no setor de engenharia e
construção com grandes usinas de energia renovável em lugares que vão do Kansas
ao Reino Unido.
A mais recente rodada de negociações da Abengoa com seus
credores começou após a companhia de investimentos espanhola Gonvarri
Corporación Financiera cancelar um plano de injetar cerca de 350 milhões de
euros (US$ 375,85 milhões) na empresa sediada em Sevilha, disse a Abengoa na
documentação regulatória entregue nesta quarta-feira.
Assim, as ações do Abengoa chegaram a cair até 70% nesta
quarta-feira. Perto do fechamento da Bolsa de Madri, o papel recuava 49,78%. A
notícia também atinge as ações de bancos espanhóis, que estão entre os credores
da Abengoa.
O valor de mercado caiu para 300 milhões de euros, registrou
endividamento financeiro bruto de 8,9 bilhões de euros no terceiro trimestre.
A
Abengoa tem agora até quatro meses para negociar com os credores. Pela lei
espanhola, enquanto isso os credores não poderão forçar a falência da
companhia.
O Sintepav Bahia lamenta as demissões que agravarão o quadro
de crise social das regiões dos municípios Riachão das Neves, Barreiras,
Santana, Bom Jesus da Lapa, Igaporã, Livramento de Nossa Senhora, Ibicoara,
Planaltino, Castro Alves e Sapeaçu.
Compreende que os trabalhadores não podem ser sacrificados
com a perda dos seus direitos. A demissão de milhares de trabalhadores causará
impacto direto na economia local, diminuindo o fluxo de renda no estado.
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