Os prazos do processo de Eduardo Cunha estão correndo, mesmo com os feriados das últimas semanas |
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já
notificado pelo Conselho de Ética desde o último dia 29, terá dez dias para
apresentar sua defesa na representação que começa a tramitar a partir desta semana
no colegiado.
O documento numerado pela Mesa Diretora da Casa foi entregue
ao colegiado. O peemedebista terá dez dias para organizar argumentos e tentar
evitar que o processo resulte na cassação de seu mandato como deputado.
O pedido de abertura do processo foi assinado por cerca de
50 parlamentares de sete partidos (PSOL, Rede, PT, PSB, PROS, PPS e PMDB), que
defendem o afastamento de Cunha.
Eles tomaram a iniciativa em razão das denúncias de que o
peemedebista, sua mulher e filha têm contas na Suíça que não foram declaradas.
As contas seriam mantidas com dinheiro originado do pagamento de propina em contratos da
Petrobras, investigados na Operação Lava Jato.
Em até 90 dias, o processo deve ser concluído. Até lá, o
relator do caso, escolhido a partir de lista tríplice sorteada entre os 21
integrantes do conselho, poderá pedir acesso a documentos. Ele vai ouvir testemunhas, entidades e bancos que
possam esclarecer dúvidas.
O presidente do
colegiado, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), que tem garantido isenção no
processo, disse que o parecer pode ser concluído ainda este ano, “dependendo do
relator”.
Além das contas no exterior, Cunha também é denunciado por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Procuradoria Geral da República.
As suspeitas envolvendo seu nome têm motivado outros
movimentos pela sua saída. Representantes e membros de segmentos e de
movimentos evangélicos – religião de Cunha – lançaram hoje um manifesto de
repúdio “às ações do Deputado Eduardo Cunha.
“As denúncias de
corrupção e o envio de recursos públicos para contas no exterior inviabilizam a
permanência do deputado Eduardo Cunha no cargo que ocupa, uma vez que não há
coerência e base ética necessária a uma pessoa com responsabilidade pública”,
destacaram. (Por Carolina Gonçalves
Edição:Maria Claudia Fonte:Agência Brasil)
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