Cardoso: Delcídio perdeu credibilidade |
Agência Brasil
O recém-empossado ministro-chefe da Advocacia-Geral da
União, José Eduardo Cardozo, disse hoje (3), momentos após assumir o novo
cargo, que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) “não tem nenhuma credibilidade”
para fazer qualquer acusação, caso sejam confirmadas informações de que ele
teria feito acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Segundo a revista Isto É, o senador teria firmado um acordo
de delação premiada com a equipe que investiga a Operação Lava Jato e nos
depoimentos Delcídio do Amaral teria dito que a presidenta Dilma Rousseff e o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinham conhecimento do esquema de
corrupção na Petrobras.
“Vamos ser francos. Em primeiro lugar, não sei se há
realmente uma delação premiada. Se houver, o senador Delcídio, com quem sempre
tive excelentes relações, não tem primado por dizer a verdade”, disse Cardozo,
após a cerimônia de posse ocorrida no Palácio do Planalto. Cardozo deixou o comando do Ministério da
Justiça e assumiu a AGU.
“Sinceramente,
independentemente do que foi dito, o senador Delcídio, depois de todos os
episódios, não tem nenhuma credibilidade para fazer nenhuma afirmação”,
acrescentou.
“Ainda vou ler a matéria para entender o que ele está
falando. Se é verdade que ele fez a delação premiada, a possibilidade de, mais
uma vez, ele ter faltado com a verdade é grande. Faltou no episódio da fita,
depois desdisse.
Disse que tinha falado com o ministro do STF, depois disse
que não falou. Depois disse para todo mundo que não tinha feito delação
premiada, e que isso era um absurdo. É triste. Mas vamos ver o que realmente
acontece”.
Cardozo confirmou que alguns integrantes da base governista
têm recebido recados vindos de Delcídio, nos quais ele ameaça fazer
retaliações, caso não atuassem no sentido de retirá-lo da prisão.
“Sim, recebemos muitos recados. Inclusive muitos foram
publicados na imprensa, em que se falava que se o governo não agisse para tirá-lo
da prisão ele faria retaliações. Se efetivamente houve isso, há forte
possibilidade de se tratar de retaliação, até porque isso foi anunciado
previamente”, disse Cardozo.
Delcídio do Amaral foi preso pela Operação Lava Jato após
apresentação de uma gravação em que ele oferece R$ 50 mil por mês e um plano de
fuga ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, para que este não firmasse
acordo de delação premiada com o Ministério Público.
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