Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook |
O executivo Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook para a
América Latina, foi preso nesta terça-feira (1º), em São Paulo, pela Polícia Federal.
De acordo com o órgão, a prisão foi realizada após mandado expedido por um juiz
da cidade de Lagarto, em Sergipe.
A decisão do juiz Marcel Maia Montalvão veio depois de a
empresa não colaborar com investigações da Polícia Federal a respeito de conversas
no WhatsApp, aplicativo que pertence ao Facebook desde 2014 –o crime em
apuração é o de tráfico de entorpecentes por uma quadrilha local.
A Polícia Federal em Sergipe informou que a investigação
começou há cerca de quatro meses, após uma apreensão de drogas em Lagarto.
Foi
pedido, então, que o WhatsApp repassasse dados sobre a localização e a
identificação de suspeitos de tráfico, mas a companhia não divulgou as
informações.
O magistrado, então estipulou uma multa (inicialmente de R$
50 mil por dia e, depois, de R$ 1 milhão por dia –valor que, de acordo com a
PF, chegou a ser bloqueado dos bens da empresa americana). Como os diálogos não
foram liberados, Montalvão mandou prender o executivo.
A polícia informou à Folha que a prisão, que é de caráter
preventivo, foi realizada na casa de Dzodan, na capital paulista.
O executivo
foi levado nesta manhã para a Superintendência Regional da PF, na Lapa, também
em São Paulo, onde prestou depoimento.
Mais alto executivo da companhia na América Latina, Dzodan
assumiu o comando do Facebook na região em junho do ano passado, no lugar de
Alexandre Hohagen, que havia montado a operação da empresa no Brasil e se
desligou do cargo.
Nascido na Argentina, Dzodan foi presidente da empresa de
softwares SAP na América Latina e Caribe antes de chegar à rede social.
Procurado, o Facebook não se posicionou sobre o tema até a
publicação deste texto. Em geral, o WhatsApp argumenta que não guarda as mensagens
trocadas pelos usuários, por isso não pode entregá-las à Justiça ou a polícia.
OUTROS CASOS Não
é o primeiro embate entre a Justiça brasileira e o Facebook. Em dezembro do ano
passado, o WhatsApp foi bloqueado em todo o país depois de uma decisão da 1a
vara criminal de São Bernardo do Campo (SP), também em decorrência de uma
investigação criminal.
Na ocasião, como agora, o WhatsApp não liberou as
informações solicitadas com autorização judicial pelas autoridades que
investigavam o caso –o bloqueio foi determinado como represália.
Em fevereiro, um juiz do Piauí também determinou o bloqueio
do aplicativo no Brasil para forçar o Facebook a colaborar com investigações da
polícia do Estado relacionados a casos de pedofilia.
A decisão acabou sendo derrubada, e o app não chegou a sair
do ar.
Em 2012, o diretor-geral do Google Brasil, Fabio José Silva
Coelho, foi detido em São Paulo pela Polícia Federal, sob suspeita de crime de
desobediência.
Coelho foi levado à sede da PF na capital paulista por ter infringido
ordem judicial que determinava a exclusão do YouTube, site de vídeos do Google,
de dois vídeos com ataques ao então candidato a prefeito de Campo Grande pelo
PP Alcides Bernal. Ele foi ouvido e liberado no mesmo dia.
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