Mauro Lopes deve enfrentar reações do PMDB por nomeação |
Partido avalia puniçãoPMDB aprovou no sábado 'aviso prévio'
ao governo, determinando que nenhum membro da legenda assumiria cargo na
administração federal
Depois de entregar a Casa Civil para o ex-presidente Lula, a
presidente Dilma Rousseff promoveu mais um rearranjo ministerial nesta quarta-feira.
Em uma tentativa de reaproximação com o PMDB, a petista
anunciou a nomeação do deputado Mauro Lopes (MG) para a Secretaria de Aviação
Civil (SAC).
Com status de ministério, a pasta estava sem comando desde
dezembro do ano passado, quando o então ministro Eliseu Padilha (PMDB), um dos
principais fiadores do rompimento do partido com o Planalto, deixou o cargo.
A ida de Lopes para o alto escalão do governo deve provocar mais um racha no PMDB.
A ida de Lopes para o alto escalão do governo deve provocar mais um racha no PMDB.
No último sábado, a convenção do partido aprovou uma espécie
de "aviso prévio" determinando que nenhum peemedebista assumiria
cargos no governo até que fosse deliberada, em trinta dias, a possibilidade
formal de rompimento entre a legenda e o Planalto.
A moção era um claro recado a Mauro Lopes, parlamentar de 79
anos que nos últimos dias já era chamado de ministro nos corredores da Câmara.
A confirmação de Lopes na SAC conta com o aval do líder do
PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), e representa uma retribuição
do governo à bancada mineira do partido, que apoiou a recondução de Picciani à
liderança durante votação em fevereiro.
O deputado fluminense é a esperança do Planalto de que a
maior legenda da Casa não vai embarcar de forma maciça na campanha pelo
impeachment de Dilma Rousseff.
Ele chegou a acomodar na comissão que vai avaliar a
destituição da petista apenas peemedebistas considerados governistas e com
inclinação a salvar Dilma no Congresso.
Para peemedebistas opositores ao governo, ao nomear Lopes,
Dilma confronta diretamente uma decisão tomada oficialmente pelo partido.
"Dilma fica acima da convenção do PMDB? Tenho certeza
de que a legenda não cederá", afirma o deputado Lúcio Vieira Lima (BA),
que compõe a ala "rebelde" do partido.
Um grupo de cerca de vinte deputados já prepara uma nota que
pede a imediata suspensão de Lopes assim que ele for empossado na SAC e ainda
um encaminhamento do caso à Comissão de Ética da legenda para avaliar a sua
desfiliação do partido.
"Ele está afrontando uma decisão partidária com o aval
da presidente da República", disse Darcísio Perondi (RS).
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