Sergio Moro: depoimento serve para esclarecer nfato |
Na manhã desta sexta-feira, na mais recente fase da Operação
Lava Jato, o ex-presidente Lula foi levado para prestar depoimento à Polícia Federal e
esclarecer as suspeitas de que pode ter recebido dinheiro do esquema de
corrupção instalado na Petrobras e ter atuado diretamente para que os crimes
perpetrados contra a maior estatal do país tivessem continuidade por anos a
fio.
Na decisão judicial
que determinou a condução coercitiva do
ex-presidente, o juiz Sergio Moro, considerado implacável na condução dos
processos relacionados à Operação Lava Jato, ressaltou, porém, o que o petista
parece não acreditar: "ele não está imune à investigação".
"Embora o ex-presidente mereça todo o respeito, em
virtude da dignidade do cargo que ocupou (sem prejuízo do respeito devido a
qualquer pessoa), isso não significa que está imune à investigação, já que
presentes justificativas para tanto", ressaltou Moro em seu despacho.
O juiz federal ponderou que a tomada de depoimento, ainda
que sob condução coercitiva, não envolve qualquer juízo de antecipação de
responsabilidade criminal "nem tem por objetivo cercear direitos do
ex-presidente ou colocá-lo em situação vexatória".
"Prestar depoimento em investigação policial é algo a
que qualquer pessoa, como investigado ou testemunha, está sujeita e serve
unicamente para esclarecer fatos ou propiciar oportunidade para esclarecimento
de fatos", afirmou Moro.
Embora o cerco contra o ex-presidente venha se fechando nos
últimos tempos, em especial com a deflagração da fase Triplo X, em janeiro, o
Ministério Público Federal informou nesta sexta-feira que, nas investigações
contra o petista, pouco importa "o significado histórico dessa personalidade".
"Dentro de uma República, mesmo pessoas ilustres e
poderosas devem estar sujeitas ao escrutínio judicial quando houver fundada
suspeita de atividade criminosa, a qual se apoia, neste caso, em dezenas de
depoimentos e ampla prova documental", diz o MP.
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