Agência Brasil
O presidente dos Correios, Giovanni Queiroz |
A partir do próximo sábado (19), a maioria das agências dos
Correios não vai mais abrir aos sábados.
A medida é uma forma de reduzir os
gastos da empresa e tentar chegar ao fim do ano com o orçamento em dia.
Apenas
as agências com grande movimentação, como em aeroportos e rodoviárias,
continuarão abertas aos sábados.
“Queremos fazer um ajuste financeiro para, que ao final
deste ano, os Correios não tenham deficit como no ano passado”, explicou o
presidente dos Correios, Giovanni Queiroz.
O balanço de 2015 da empresa ainda não foi concluído, mas no
final do ano passado, Queiroz estimava que o deficit da estatal chegaria a R$ 2
bilhões.
Segundo o presidente, muitas agências são deficitárias e com
baixo fluxo de clientes aos sábados, como a de Teófilo Otoni (MG), onde a
receita média aos sábados é R$ 416 e a despesa para abrir é R$ 6,6 mil.
“Não há nada que justifique estar aberta ao sábado”, diz. A
medida não vale para as agências franqueadas dos Correios, só para as agências
próprias.
Atualmente, os Correios têm 6.471 agências próprias e 1.011
franqueadas.
Redução de despesas Até
o fim do ano, a empresa espera economizar R$ 1,6 bilhão com diversas ações de
redução de despesas.
Os Correios estudam a possibilidade de fundir agências que
estejam próximas, realocando os funcionários e fechando as que dão prejuízo.
Ainda neste mês, um projeto-piloto deve começar a funcionar no Distrito Federal
e depois pode ser levado para outras cidades do país.
Queiroz deu o exemplo de sua cidade natal, Redenção (PA),
onde atualmente há duas agências dos Correios, mas uma delas é pequena e
deficitária.
“Tem uma agência maior, em que faltam funcionários, e tem
muito mais condições, fica a 800 metros da outra.
Não faz sentido manter essa
outra, porque tem um custo muito alto”, diz. Ele garante que nenhum município
ficará sem pelo menos uma agência dos Correios.
O presidente fez uma recomendação para que todas as agências
reduzam o pagamento de horas extras e o trabalho noturno dos funcionários.
No
ano passado, a empresa pagou R$ 720 milhões com hora extra.
“Em nenhuma
circunstância vamos prejudicar o serviço, vamos fazer um ajuste de gestão”,
garante.
Os Correios estudam a possibilidade de fundir agências que
estejam próximas, realocando funcionários e fechando as que dão
prejuízoArquivo/Agência Brasil
O corte pela metade dos gastos com publicidade e patrocínio,
que no ano passado significou R$ 380 milhões, também é objetivo dos Correios
para economizar.
Outras medidas administrativas, como revisão de contratos de
aluguel, redução do uso de carros, telefone, viagens e diárias serão adotadas.
Também será feita uma auditoria na folha de pagamento para detectar pagamentos
irregulares de benefícios.
Para aumentar as receitas, os Correios vão começar a prestar
os serviços de telefonia móvel virtual, chamada de MVNO (Mobile Virtual Network
Operator).
A concorrência para escolher a operadora de celular que irá
fazer a parceria com os Correios para vender o chip com a marca da empresa será
feita nesta semana.
Com o serviço, a empresa pretende arrecadar R$ 282 milhões
nos cinco anos de contrato.
Outra medida para aumentar a arrecadação dos Correios será a
ampliação do número de agências que oferecem a venda de consórcios, como de
veículos e imóveis, de 190 para 3,2 mil até o fim do ano.
A estatal também vai
investir no setor de logística e já iniciou a negociação para ser o operador
logístico oficial de todos os setores do governo federal, como já faz com a
distribuição de livros didáticos e de medicamentos.
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