Agência Brasil
Dezenas de manifestantes da Central Única dos Trabalhadores
(CUT) e de diversos sindicatos ligados à entidade promoveram hoje (6), em
frente à sede da Rede Globo, no Jardim Botânico, na zona sul do Rio,
manifestação em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Eles
protestaram contra a condução coercitiva - quando a pessoa é levada para
prestar depoimento e depois é liberada - do ex-presidente pela Polícia Federal
(PF) na última sexta-feira (4),
A manifestação foi pacífica, começou por volta das 10h e
contou, de acordo com informação extraoficial da Polícia Militar, com cerca de
300 pessoas. Na avaliação de dirigentes petistas, eram mais de 2 mil.
Com faixas e cartazes de apoio ao ex-presidente, críticas ao
juiz federal Sérgio Moro e palavras de ordem, os manifestantes se revezavam nos
microfones de um pequeno carro de som instalado no local.
Advogado de Lula fala
em intimidar defesa Um manifestante
fantasiado de bruxa, com um grande nariz preso ao rosto, dizia que representava
o Partido Social Democrático Brasileiro (PSDB) e os tucanos.
Outros carregavam uma
grande jararaca de papelão e pano numa alusão à declaração do ex-presidente,
feita em entrevista após a condução coercitiva pela PF: “Se querem matar a
jararaca, têm de bater é na cabeça, não no rabo. Porque isso só a deixa mais
brava”.
Para o manifestante Ricardo Montenegro, professor da rede
estadual de ensino, os manifestantes presentes à Rua Von Martius, no Jardim
Botânico, estavam ali na expectativa de barrar o “golpe” que está sendo tramado
contra o povo brasileiro por parte do Judiciário.
“É contra esse golpe sim, um golpe que está sendo articulado
no Judiciário contra as garantias individuais e contra a democracia tão
duramente conquistada depois da ditadura”.
Também presente à manifestação, o prefeito de Maricá e
presidente estadual do PT, Washington Quaquá, afirmou que o “sequestro” de Lula
pela PF uniu ainda mais o partido.
“”O sequestro promovido pelo juiz Sérgio
Moro foi também o sequestro da democracia e, por isso mesmo, o país está mais
unido do que antes”, disse.
Algumas pessoas que passavam pelo local se posicionavam
contra a manifestação. Uma delas, que se identificou apenas como Maria, disse
que não via qualquer sentido no ato.
“Não tem qualquer
sentido, na medida em que eles estão se posicionando contra os fatos, sejam
eles verdadeiros ou não. A imprensa está fazendo o seu papel que é o de
noticiar. Ela tem que noticiar”.
“Quando a imprensa parar de divulgar [os fatos] aí vira
ditadura. Eles não podem é atacar a imprensa, têm que fazer outro tipo de
manifestação.
Atos como esse têm que ser feitos em outro lugar, em frente
ao Palácio [do Planalto], ou na rua mesmo, mas não atacando a imprensa, nesse
ponto eles estão errados”, disse.
Ricardo de Franco, desempregado, morador do bairro há mais
de 30 anos, disse não entender muito de política, mas defendeu o direito de
todos, indistintamente, de se manifestar contra ou a favor do que consideram
certo ou errado.
“Acho que pelo que falam em relação à democracia, tá todo
mundo defendendo o seu direito de protestar e qualquer movimento é válido desde
que para o bem.
Você tem liberdade de fazer o que quiser, desde que respeite
também o direito do próximo. “Não entendo muito de política, mas as
investigações têm que ser feitas.
A manifestação durou cerca de 1h20 e por volta das 11h30 os
participantes começaram a deixar o local.
Antes, porém, os manifestantes foram convocados a participar
de plenária de amanhã (7), às 20h, na Associação do Comércio, quando serão discutidas
as próximas ações do movimento em defesa do ex-presidente
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