Marcelo Castro: um dia na Câmara |
Marcelo Castro, da Saúde, avisou que deixará o cargo por um
dia para ajudar a eleger o líder da bancada e barrar o pedido de impeachment de
Dilma. Ala oposicionista reclama de intervenção do Planalto
O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani( RJ), pediu
ajuda ao Palácio do Planalto para tentar se manter no cargo e vencer o colega
de bancada Hugo Motta (PB).
Motta é candidato da ala oposicionista do partido apoiado
pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (RJ).
Picciani já acertou com o governo o retorno à Câmara do
ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB), que também é deputado pelo Piauí,
especificamente para participar da eleição do novo líder, marcada para o dia
17.
Após a votação, Castro voltará cargo na Esplanada para
administrar outra grave crise, que afeta diretamente a vida dos brasileiros: a
proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pelo vírus Zika, pela febre
chikungunya e pela dengue.
O retorno de Marcelo Castro à Câmara apenas para votar em
Picciani já provocou reações entre deputados da ala oposicionista que trabalham
para anular a manobra.
Os dissidentes garantem que a volta temporária do ministro à
Câmara vai carimbar como governista a candidatura de Picciani, além de
oficializar o apoio do Planalto à recondução do atual líder, que é contra o
impeachment.
No ano passado, antes de ser chamado para o ministério,
Marcelo Castro teve desentendimento público com Eduardo Cunha.
O piauiense foi destituído da relatoria da reforma política
pelo presidente da Câmara porque seu parecer não contemplava medidas defendidas
pelo parlamentar fluminense. Em entrevista ao Congresso em Foco, Castro chamou
na ocasião Cunha de “autoritário” e “violento”.
Outros deputados do PMDB que apoiam Picciani também vão
deixar seus postos em secretaria estaduais ou em prefeituras para voltar à
Câmara e participar da eleição para líder.
Um deles é o secretário de governo
do município do Rio de Janeiro, Pedro Paulo. O outro é o secretário estadual de
Esportes,
Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador do Rio Sergio Cabral
Filho. Esta manobra já foi feita em dezembro quando Pedro Paulo e Cabral
passaram algumas horas na Câmara e garantiram o retorno de Picciani à
liderança, após sua destituição por alguns dias.
Picciani pediu ao Planalto ajuda para garantir os votos das
deputadas Elcione Barbalho, mãe do ministro chefe da Secretaria de Portos,
Hélder Barbalho, e Simone Morgado, atual companheira do senador Jader Barbalho
(PMDB-PA).
O líder também se articula com o vice-presidente nacional do
PMDB, senador Valdir Raupp (RO), para tentar garantir o voto da deputada
Marinha Raupp (PMDB-RO), esposa dele. Picciani viajou nesta quinta-feira ao
Tocantins em campanha pela liderança.
Ele vai se encontrar com o governador Marcelo Miranda e com
deputados federais para tentar garantir
a permanência na liderança.
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