Gerdau explicou sua situação em nota à imprensa |
Agência Brasil
O presidente da empresa Gerdau, André Gerdau, e mais um
membro da diretoria do grupo foram alvos hoje (25) da 6ª fase da Operação
Zelotes, deflagrada pela Polícia Federal (PF).
Foi decretado mandado
de condução coercitiva de André Gerdau, quando a pessoa é levada à delegacia
para prestar depoimento e, em seguida, é liberada.
O empresário não foi
encontrado pela PF, mas se comprometeu a comparecer para prestar depoimento.
Segundo a delegada da PF, Fernanda Costa de Oliveira, esta
fase da Zelotes nada mais é que uma individualização dos inquéritos de
contribuintes que tinham sido identificados na primeira fase da operação,
iniciada em março de 2015.
A Zelotes investiga fraudes em julgamentos no Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda.
Ela destacou, entretanto, que nem todos os 70 contribuintes
identificados têm potencial operacional ou terão inquéritos individualizados.
“Esse deflagrado hoje investiga somente os casos da Gerdau”, explicou Fernanda.
Zelotes: auditor da Receita presta depoimento na Polícia
Federal, no Recife
A Gerdau tem várias multas a serem julgadas pelo Carf,
envolvendo autuações da Receita Federal por questões fiscais.
“Ela [empresa
Gerdau], então, celebrava contrato com escritórios de advocacia e de
consultoria, que tinham contato com conselheiros do Carf e realizavam acordos
para que as sentenças fossem favoráveis à Gerdau”, disse a delegada.
A suspeita é que o grupo tenha atuado junto ao Carf para
evitar o pagamento de multas que chegam a R$ 1,5 bilhão.
“A ação seria julgada
[pelo Carf] em abril, a deflagração da operação foi em março. Então, esse
prejuízo não foi efetivado”, disse.
A polícia está cumprindo 20 mandados de condução coercitiva
e 18 de busca e apreensão. Segundo a Polícia Federal, foram apreendidos documentos,
pendrives e computadores.
Nota da empresa Os
policiais estão realizando ações nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do
Sul, Pernambuco, São Paulo e no Distrito Federal.
São alvos das conduções
coercitivas executivos da Gerdau, conselheiros e ex-conselheiros do Carf e
advogados que intermediavam as negociações.
Duas pessoas presas anteriormente na Operação Zelotes, José
Ricardo e Alexandre Paes dos Santos, também foram ouvidas no Complexo
Penitenciário da Papuda, em Brasília.
Em nota, a Gerdau informou que está à disposição e
colaborando integralmente com as investigações da Polícia Federal.
“Ressalte-se, ainda, que, com base em seus preceitos éticos, a Gerdau não
concedeu qualquer autorização para que seu nome fosse utilizado em pretensas
negociações ilegais, repelindo veementemente qualquer atitude que possa ter
ocorrido com esse fim.
A Gerdau reitera, portanto, que possui rigorosos padrões
éticos na condução de seus pleitos junto aos órgãos públicos”, diz a nota.
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