A presidente Dilma na abertura dos trabalhos do Legislativo
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A presidente Dilma Rousseff orientou sua equipe a iniciar
negociações logo depois do feriado do Carnaval para convencer o PT a mudar sua
posição contrária à reforma da Previdência Social e à recriação da CPMF.
Em sua avaliação, sem o apoio de seu partido, ficará
impossível aprovar as medidas consideradas por ela essenciais para garantir a
estabilidade econômica em curto e longo prazos.
Em conversa com interlocutores, a presidente disse que, se o
PT ficar contra elas, acabará "contaminando o resto da base" aliada,
o que representaria um fracasso da pauta lançada pelo governo na reabertura dos
trabalhos do Poder Legislativo neste ano.
O Planalto foi avisado por partidos governistas,
principalmente o PMDB, que não será possível abraçar a pauta sem o apoio
oficial do PT a favor da aprovação tanto da recriação da CPMF como da reforma
da Previdência.
O mesmo recado tem sido dado, dentro do Congresso, pela
oposição. Segundo líderes oposicionistas, eles até aceitam negociar e votar
estes projetos, desde que, antes de qualquer negociação, o PT assuma posição
favorável às medidas.
MOVIMENTOS SOCIAIS Em outra frente, diante da insatisfação
dos movimentos sindicais, a presidente Dilma Rousseff pretende fazer gestos
mais enfáticos de reaproximação e reforçar o discurso de que a mudança não
afetará direitos adquiridos.
A preocupação é de que a tensão criada por causa da proposta
enfraqueça a mobilização das centrais sindicais em defesa de seu mandato.
Para reduzir a tensão, a petista deve comparecer com o
ministro Nelson Barbosa (Fazenda) à reunião do Fórum sobre Políticas de
Emprego, Trabalho e Previdência, no dia 18 de fevereiro.
A equipe da petista
articula também encontros privados com dirigentes de centrais sindicais.
Antes de convencer o PT e as entidades trabalhistas, porém,
Dilma terá de unificar o discurso dentro de seu governo.
Segundo assessores,
ela até compreendeu, mas não gostou das declarações do ministro Miguel Rossetto
(Trabalho e Previdência) sobre a reforma previdenciária.
Na terça (2), Rossetto disse que o governo não poderia
tratar o tema com "pressa" e que o assunto teria de passar antes pelo
fórum de trabalhadores e empresários.
Segundo assessores, Dilma está decidida a enviar a proposta
de reforma ainda neste semestre ao Congresso e fará isto mesmo que os
trabalhadores não aceitem fechar uma proposta consensual com o governo.
Encarregada pela presidente de fechar uma proposta, a equipe
econômica quer fixar uma idade mínima de aposentadoria e unificar as regras de
Previdência no país: homens e mulheres, setor público e privado e trabalhadores
urbanos e rurais.
A ideia da Fazenda é que a reforma seja implementada de
forma "lenta e gradual", num período de 20 a 30 anos, com transição.
Rossetto é visto dentro do governo como contrário à proposta
que está sendo fechada pela Fazenda e não gostaria de enviar uma reforma em ano
eleitoral.
O ministro, segundo interlocutores, diz que vai apoiar a
posição que for adotada pela presidente Dilma.
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