sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Árvore, 36 anos de publicidade e amor ao Piauí

A Árvore é uma empresa de publicidade, marketing e branding, fundada há 36 anos com uma proposta diferenciada: trabalhar com menos clientes, usando times exclusivos e comprometidos. 

Ela está completando em 2015, 36 anos de atividades no Piauí atuando no mercado sem recorrer a contas oficiais de entidade públicas.

Em 2015, a Árvore Propaganda ao completar 36 anos, tendo Jorge Antônio Riso como CEO - Chief Executive Officer. Jorge segue a mesma linha do pai, resolvendo negócios com dedicação, atenção para com o cliente e muito cuidado com o que faz. 

Não é todo dia, principalmente no Piauí, que uma agência chega aos 36 anos. A Arvore chegou lá.

O ALQUIMISTA MARCOS RISO – Chyco Viana

Posso dizer que eles chegaram ao Piauí como os ciganos de Gabriel Márquez a Macondo, trazendo sua mágica, sua linguagem apurada, seu sotaque sulista e sua mania de mexer nas coisas “que estavam quietas” como dizemos entre nós.

Entre eles, destacavam-se artistas, escritores, fotógrafos, poetas, músicos, sociólogos, economistas e um publicitário, o paulista / gaucho / piauiense Marcos Rizzo, que depois apurou para Riso com sua insondável capacidade de transformação.

Marcos Riso chegou para se entregar ao Piauí e tomar para si o pedaço do Estado que adotou como o filho que se agarra ao peito da mãe.

Tinha capacidade enorme de diálogo, de convencimento, de pesquisa e satisfação em fazer as coisas.
Deixou entre tantas coisas que sua capacidade criativa gerava a condição de o Piauí produzir publicidade de qualidade.

Incorporou às suas criações alta tecnologia das grandes agências naqueles anos em que vivia o Brasil o tal chamado “milagre econômico”.

Riso, que logo, pela sua paixão absoluta pelo futebol já tinha conquistado um magote de amigos começou a elaborar os primeiros passos daquela que seria a mais genuína agência de publicidade que o Piauí já teve.

Ele foi o pioneiro, o bandeirante com sua grandeza de cidadão que não pensa apenas em armazenar fortunas.

E ficou à frente do maior projeto que o Piauí já teve no futebol, com a criação do Tiradentes, time da Polícia Militar do Piauí comandada pelo coronel cearense Canuto Tupy Caldas.

O Tiradentes, em 1973, avançou no hoje Brasileirão e chegou a classificar-se ao tempo em que a competição ainda não era do tipo pontos corridos.

No início dos anos 70, o Piauí que dormia calmamente no clima dos b r o bró acordou de repente com o barulho da chegada de grande grupo de cientistas das mais variadas especialidades.

Mexendo em tudo o que dizia respeito ao Estado, sua formação histórica, comportamento, economia, potencialidades. Modas. Costumes. Os homens trazidos pelo engenheiro Alberto Silva avivaram o Piauí,

Como rastilho de pólvora esse povo começou a investigar o Piauí em todos os setores. Estávamos no início do primeiro Governo do engenheiro Alberto Silva, o piauiense que, segundo Reis Velloso, ministro do Planejamento da época, realizou “revolução na cuca dos piauienses”.

Diga-se de passagem, sem medo de injustiças que, à época, o Piauí era mesmo o grande esquecido do País e sua figuração no conceito dos demais brasileiros e nordestinos era de o Estado produtor de bode, o maior deles, por isso mesmo havia adotado a bandeira do caprino como bandeira.

Essas coisas mexiam com os piauienses e arranhavam seu ego, mexiam com sua auto-estima. O piauiense não incorporou a condição de grande produtor de proteína animal com a facilidade com que os caprinos se multiplicavam.

À época iniciavam-se no Brasil as primeiras experiências do jornalismo científico elaborado com as tecnologias do magazine então o creme do creme. 

O Grupo Abril importado da Argentina com origem italiana trouxe a revista Realidade para o País. E eis que a revista achou de mexer logo com quem? Com o Piauí em reportagem histórica nos primeiros anos de sua publicação.

Como veio com o grupo de ciganos criativos que instalaram o Projeto Piauí, que visava à investigação das causas da nossa pobreza e as saídas para seu desenvolvimento, Rizzo instalou-se com seu grupo em várias mansões em Teresina.

Ele trabalhava diretamente com o afável cientista social João Ribeiro, um dos homens que também merece maior atenção dos pesquisadores do Piauí pela sua abrangência na compreensão de um Piauí grande, positivo, completo. 

Acerca disso, cresce em tempos a polêmica de que teria sido João Ribeiro ao grande inspirador para a instalação do maior projeto de educação do Estado, que é a própria Universidade Federal do Piauí, implantada em ato singelo no Clube dos Diários.

Pois, informo com segurança, que Marcos Rizzo foi o pioneiro também na articulação das bases que determinaram a criação do curso de comunicação na recém criada Universidade Federal do Piauí.

Posso informar por experiência própria que há meses o investigador Marcos Rizzo vinha fazendo contatos com representantes da mídia praticada àquele tempo no Estado. E era pouca coisa. Quase nada.

Despontava o poderoso O Dia, jornal diário adquirido pelo coronel Octavio Miranda do seu irmão José Paulino e a TV Clube do professor Walter Alencar. Esses dois veículos concentravam todo o aparato de comunicação praticado no Estado.

Ao mesmo tempo eram sugeridos outros projetos que foram se incorporando ao já existente. Diga-se que Marcos Riso começou por aqueles anos a praticar seu ofício como a precisão de relojoeiro e apuro de ourives.

Arrecadou com sua conhecida competência para descobrir talentos alguns dos melhores artistas do Piauí para compor o patrimônio pessoal de sua agência de Comunicação, a empresa que publicava anúncios com esmero e qualidade como os publicados na chamada “imprensa do Sul”.

Sua agência orientou diversas campanhas divulgando coisas do Piauí.
A empresa fazia jornalismo, fazia publicidade, fazia sucesso e promovia campanha surda, calada contra a preguiça local tão ressaltada em comentários espaventosos.

A grande maioria dos piauienses não compreendia a virtude do sábio criador de idéias.
Este articulava campanhas com o cuidado do um alquimista que transforma qualquer coisa que chegasse à sua mão. Riso tinha carinho pelas coisas que fazia.

Acho que seu valor como intelectual jamais poderia se cingir apenas como articulador de um movimento que resultou na revelação de redatores, artistas gráficos e arte finalistas.

E observem: ao tempo em que não se contava com as vantagens e a evolução dos programas digitais ofertados, hoje, ao mercado da criação publicitária.

Os conquistadores do poder, no Piauí, políticos com ou sem mandatos eletivos, têm uma grande dívida com Marcos Riso. Foi ele o idealizado do discurso de muita gente que esteve no poder e até governou este Estado.

Sua contribuição para a formação de  mentalidade criativa e realizadora dos piauienses é muito grande.

Em 2015, a Árvore Propaganda completa  36 anos, tendo Jorge Antônio Riso como CEO - Chief Executive Officer.
(Diretor Executivo em português. CEO é a pessoa com maior autoridade na hierarquia operacional de uma organização).

Não importa que sua arte tenha resplandecido as poucas luzes de alguns, ele não sabia fazer diferenças entre poderosos e humildes. Revelou muitos profissionais do texto, do vídeo, da criação e da arte final.

Para ele, todos eram iguais e a sua câmera focava com a mesma capacidade os que se submetiam aos seus cuidados de artista da propaganda e da publicidade.

Projetava depois imagens surpreendentes, revisando ângulos e apresentando linguagem moderna em suas campanhas

A Árvore, sua criação, tocada pelo seu filho Jorge merece um nicho na relação das coisas que o Piauí realiza, não só pela sua contribuição para formar um piauiense crítico como pelo sofisticado universo que abriu para corações e mentes desta terra.



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Um comentário:

  1. Fiz este artigo há uma semana, lembrando os amigos que se foram. Marcos era uma pessoa para ser ouvida

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