Brasília – A Procuradoria-Geral da
República solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um novo bloqueio de duas
contas bancárias atribuídas ao presidente da
Câmara, Eduardo Cunha no Banco Julius Bäer. Uma das contas está em nome da
esposa de Cunha, Cláudia Cordeiro Cruz.
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De acordo com a PGR, a solicitação de
sequestro dos valores é necessária já que o processo foi encaminhado pela Suíça
ao Brasil e há “a possibilidade concreta de que ocorra o desbloqueio das
contas, com a consequente dissipação dos valores depositados nas contas
bancárias estrangeiras”.
O processo foi transferido para a PGR
já que o presidente da Câmara é brasileiro, está no país e não poderia ser
extraditado para a Suíça.
No pedido, o procurador-geral da
República em exercício, Eugênio Aragão, diz que não há dúvidas em relação à
titularidade das contas.
"Há cópias de passaportes -
inclusive diplomáticos - do casal, endereço residencial, números de telefones
do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto", diz. Seu patrimônio
estimado, à época da abertura da conta, era de aproximadamente 16 milhões de dólares.
A Procuradoria-Geral da República
aponta ainda a evolução patrimonial de 214% de Cunha entre os anos de 2002 e
2014.
Atualmente, o patrimônio declarado do presidente da Câmara é de R$ 1,6
milhão, de acordo com o patrimônio declarado à Justiça Eleitoral.
Em 2002, o valor declarado era de R$
525.768,00. Para Aragão, há indícios suficientes de que as contas no exterior
não foram declaradas e, ao menos em relação a Eduardo Cunha, “são produto de
crime”.
O bloqueio das contas ainda precisa
ser autorizado pelo ministro do STF, Teori Zavascki. Ontem, o ministro
autorizou abertura de um novo inquérito contra Cunha, que também vai investigar
a esposa e uma das filhas do parlamentar.
O pedido de investigação, feito pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem como base os documentos que
mostram que Cunha, a filha dele, Danielle da Cunha, e a esposa são
beneficiários finais em contas secretas na Suíça. Pesam contra eles as
acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.
Os documentos foram enviados pelo Ministério
Público da Suíça ao Brasil e revelam que um negócio da Petrobras em Benin, na
África, irrigou as contas do parlamentar e de seus familiares.
As autoridades do país europeu
bloquearam em abril um valor que, em reais e no câmbio atual, chega a aproximadamente
R$ 9,6 milhões.
Além das contas que são objeto do
inquérito, outras duas que tinham como beneficiário Cunha foram mencionadas
pela Suíça: Orion SP e Triumph SP.
Ambas foram fechadas pelo investigado
um pouco depois da deflagração da Operação Lava Jato.
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