Procurador da República, Rodrigo Janot renova denúncia |
O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, afirmou que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa e o Partido Progressista (PP) receberam R$ 357,9 milhões de
propina da Petrobras.
Em denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Nelson Meurer (PP-PR), Janot voltou a acusar membro do PP.
Para Rodrigo Janot, além de receber diretamente a propina,
Nelson Meurer agiu para ocultar os valores recebidos
De acordo com as investigações da Operação Lava Jato, Costa
atuava como operador do partido na Petrobras. Além de Meurer, o procurador
também denunciou os dois filhos dele, por intermediarem o recebimento dos
valores indevidos.
Na denúncia apresentada ao STF, Janot informou que a legenda
recebeu R$ 62 milhões do esquema, que consistia em repasses por empresas
fictícias operadas pelo doleiro Alberto Youssef. Conforme a acusação, o
deputado Nelson Meurer recebeu, entre 2006 e 2014, R$ 29 milhões do total
recebido pelo PP. Meurer faz parte da cúpula do partido.
O procurador afirmou que os valores foram pagos por meio de
entregas pessoais de dinheiro ao
deputado ou a dois filhos dele, Cristiano e Nelson Meurer Júnior. Também houve
recebimento de valores no Posto da Torre, posto de gasolina localizado em
Brasília e que originou a Operação Lava Jato, e depósitos em dinheiro nas
contas bancárias pessoais do deputado.
Para o procurador-geral, além de receber diretamente a
propina, Nelson Meurer agiu para ocultar os valores recebidos.
“Para a pratica das condutas delitivas aqui delineadas, o
deputado federal Nelson Meurer contou com o contributo livre, consciente e
voluntario de seus filhos, Nelson Meurer Júnior e Cristiano Augusto Meurer, os
quais, plenamente cientes de todo o esquema criminoso integrado por seu
genitor, versado nesta denúncia, o auxiliaram no recebimento de parte das
propinas pagas ao parlamentar, mediante estratégias de ocultação e dissimulação
da natureza”, acrescentou Janot.
Além dos valores indevidos, o procurador citou a entrega de
R$ 4 milhões durante a campanha eleitoral de 2010, por meio de sete entregas
pessoais, que ocorreram a mando do doleiro Alberto Youssef, e mais R$ 500 mil,
repassados pela empreiteira Queiroz Galvão, por meio de doações oficiais de
campanha.
O procurador pediu ainda que Meurer e seus filhos devolvam
aos cofres públicos R$ 357,9 milhões e a decretação da cassação do mandato,
após o trânsito em julgado da ação.
Em nota, o PP declarou que não admite práticas de atos
ilícitos e que confia na Justiça, de modo que os fatos sejam esclarecidos. André Richter - Repórter da Agência Brasil
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