sábado, 31 de outubro de 2015

. Política é assim: o rompimento de Hugo com Lucídio


Lucídio e Alberto se uniram para um governo sem resultados
Na sexta-feira, Lucídio Portella ou “Lucidão”, protagonista da maior crise política da história recente do Piauí, deixou este mundo aos 93 anos.

Partiu sem contar sua versão do seu choque com o governador Hugo Napoleão.

Este o desobedeceu e saiu do seu controle para apoiar adversário do seu governo e do regime militar. Isso ocorreu em 84.

No dia 31 de outubro, daquele mês, o então governador do Piauí, Hugo Napoleão, rompe com o governo militar do general João Figueiredo e com o ex-governador Lucídio Portella que o ajudou a eleger-se em 1982.

Saiu do “esquema governista” para apoiar proposta de redemocratização com eleição de Tancredo Neves pelo voto indireto para a Presidência da República.

Na eleição de Tancredo, o Piauí teve papel mais destacado que em 25 de abril de 1984.

Naquele ano, foi votada a emenda Dante de Oliveira que restabelecia as eleições diretas no País. “Diretas-já” ou “Emenda Dante” só teve 298 votos favoráveis. TNão atingiu 320 ou dois terços dos votos necessários.

Foi daí que surgiu a idéia da eleição de Tancredo Neves, presidente civil pelo voto indireto.

Em todo o país, os acontecimentos de 84 e 85 tiveram desdobramentos

No Piauí, provocou a queda da ordem política que vinha garantindo eleições para o mesmo grupo desde a primeira em 1962.

Naquele ano Petrônio Portella foi eleito governador, em histórica coligação que reunia pela primeira vez PSD e UDN.

Esses dois partidos foram extintos quando os militares chegaram ao poder em 1964. Criaram o PMDB (oposição) e Arena (governo).

Tancredo Neves se elegeu presidente civil sob a legenda moderada do PMDB com 480 votos; Paulo Maluf teve 180 votos.

Ao final da eleição de Tancredo Neves, estava traçado o fim do sistema político que governou o Piauí por tantos anos.

Para políticos experientes como Afrânio Nunes (in memoria), o mesmo grupo estava no poder desde 1926.

Só perdeu duas vezes: uma para Rocha Furtado em 46 e depois para Chagas Rodrigues, em 1958.

Contudo, registre-se, que na vigência da ditadura o parnaibano Alberto Silva foi governador indicado.

Sua indicação ocorre fora dos limites da entourage petronista ou oligárquica, como se diz.

Em 84, O clima de empolgação das eleições diretas-já que dominava o povo brasileiro levando às ruas grandes multidões, não chegou ao Piauí.

Antes de Hugo, governado pelo irmão do senador Petrônio Portella, o poderoso Lucídio Portella, o Estado quase não recebia informações de Brasília.

As notícias chegavam como códigos só compreendidos pelos que estavam no poder.

O povo não tomava conhecimento das coisas, só tinha visto o operário Lula recentemente e o PT tinha poucos anos de criado.

Lucídio Portella não ficou sozinho; em agosto de 86 formalizou acordo com seu arqui adversário, o engenheiro Alberto Silva.

O racha do “esquema” prejudicou a campanha do então deputado Antônio de Almendra de Freitas Neto, já então filiado ao PFL, criado com dissidentes do PDS de Lucídio Portella.














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