Senador está suspenso e sob ameaça de expulsão do PT |
O presidente do PT, Rui Falcão, participa de reunião com a
bancada do partido, para indicar nome para disputar a presidência da Câmara
A Executiva Nacional do PT decidiu, nesta sexta-feira (4),
afastar do partido o senador Delcídio do Amaral (MS) e abrir processo
disciplinar contra ele.
Segundo o presidente do PT, Rui Falcão, o senador terá 60
dias para apresentar sua defesa. Falcão disse que nesse período, o senador não
é mais considerado filiado ao partido.
Delcídio está preso na Superintendência da Polícia Federal
em Brasília desde o dia 25 de novembro. Ele foi acusado de tentar obstruir as
investigações da Operação Lava Jato.
Em entrevista após a reunião da executiva, Falcão afirmou
também que o partido não teme perder o apoio do PMDB durante o processo do
impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Ele ressaltou que o PT espera que o
processo seja resolvido rapidamente.
"Eu não tenho esse temor. O momento é de unidade, e não
de levantar suspeição sobre qualquer parte. A nossa disposição, e a do governo
também, pelo que eu soube, é resolver isso rapidamente, mas os mecanismos para
prolongar a atividade parlamentar não dependem de nós.
A nossa opinião é que seja resolvido rapidamente e, se for
necessário, reduzir o tamanho do recesso [parlamentar]." O recesso
parlamentar, que deve começar no dia 22 deste mês, termina em fevereiro.
Falcão disse que o PT espera que a comissão especial criada
pela Câmara dos Deputados para analisar o pedido de impeachment aja de acordo
com a lei.
"O que nós
queremos é que eles [deputados] ajam de acordo com a lei. E a lei é clara ao
dizer que a motivação para o impeachment tem que ser crime constatado, praticado
no atual mandato da presidenta da República.
Portanto, estamos seguros,
tranquilos, como disse a presidenta, que o pedido de impeachment é
inconsistente, sem base legal e motivado por intenções que já o maculam desde o
início."
O presidente do PT conversou com a imprensa após a reunião
da Executiva, da qual participaram representantes de movimentos populares,
entre os quais o de Pequenos Agricultores (MPA), o dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST), o dos Atingidos por Barragens (MAB), a Central Única dos
Trabalhadores (CUT) e o Levante da Juventude.
Em nota divulgada à imprensa após o encontro, a Executiva
Nacional do PT diz que o pedido de impeachment da presidenta aceito pelo
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na quarta-feira
(2), não passa de “sórdida vingança”.
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