Silhuetas de corpos desenhados indicam local de mortes |
Nas últimas quatro décadas, a proporção de óbitos violentos
no país, em relação ao total registrado, cresceu 3,8 pontos percentuais,
passando de 6,4% em 1974 para 10,2%, em 2014. No Piaui também houve aumento de
casos.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), divulgados hoje (30), mostram ainda que a maioria (84,2%) das vítimas
de mortes violentas é formada por homens, com idade entre 15 e 24 anos, e 16,8%
são mulheres, na mesma faixa etária.
Apesar do aumento registrado no númerto total de óbitos
violentos, a gerente da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, Cristiane
Moutinho, ressalta a “significativa” queda de mortes por causa violenta em
alguns estados do país.
“É preciso destacar que houve realmente uma variação muito
grande por unidade da Federação, com reduções significativas em São Paulo, Rio
de Janeiro, Distrito Federal, Rondônia, Roraima, Pernambuco e Acre, nesta faixa
etária [de 15 a 24 anos]”.
Na outra ponta, a pesquisadora do IBGE destaca o Ceará como
o estado onde houve maior aumento do percentual de mortes por causas violentas,
principalmente na faixa etária entre 15 e 24 anos.
“Quando você olha para o Ceará, por exemplo, o aumento de
mortes por causas violentas nesta faixa etária chegou, na última década, a
224,4% na última década.
Houve também aumento
no número de mortes por causas violentas nos estados da Bahia, Maranhão,
Alagoas, Rio Grande do Norte e Piauí, tanto entre as pessoas do sexo masculino
quanto feminino”.
Os dados da pesquisa indicam, por exemplo, que a queda da
mortalidade masculina por causas violentas no Rio de Janeiro chegou a cair 38,2
pontos percentuais, passando de 131,5, a cada 100 mil homens, para 93,3. Em São
Paulo, o índice caiu 34,1 ponto percentual (de 125,7 para 91,6, a cada 100 mil
homens).
Já em Alagoas, o índice mais que dobrou ao subir 87,8 pontos
(de 73 para 160,8, a cada 100 mil), enquanto no Ceará a variação foi 72,2
pontos, passando de 69,3 para 141,5 a cada 100 mil homens, nas últimas quatro
décadas.
Com a publicação de hoje, a pesquisa Estatísticas do
Registro Civil completa 40 anos desde o início da divulgação de informações
sobre o tema no Brasil, em 1974, quando o Instituto assumiu os encargos de
coletar, sistematizar e divulgar os dados remetidos pelos Oficiais dos
Cartórios do Registro Civil de Pessoas Naturais.
Segundo o IBGE, essas informações são “de suma importância,
já que esses eventos permitem construir Tábuas de Mortalidade que irão
subsidiar as projeções populacionais por método demográfico".
O instituto lembra que nesses 40 anos, o país passou por mudanças
profundas nas componentes da dinâmica demográfica, principalmente em relação
aos níveis e padrões de fecundidade e de mortalidade, "influenciando
significativamente a composição por sexo e idade da população brasileira".
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