População diz: Mudanças de trânsito não têm aprovação (Cidade Verde) |
A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Piauí,
órgão do Ministério Público Federal (MPF), divulga nn sexta-feira o resultado da consulta pública sobre as
últimas alterações promovidas no trânsito de Teresina.
A consulta foi respondida por 630 pessoas de forma completa
e por 35 pessoas de forma incompleta.
Desse total, 59,21% desaprovaram as
alterações implementadas, enquanto 40,79% aprovaram as medidas.
Dentre os aspectos mencionados pelos cidadãos teresinenses,
o único que atingiu aprovação da maioria foi a reorganização na região do
bairro Marquês de Paranaguá, zona norte da capital.
Das manifestações que mencionaram as mudanças promovidas
naquela região, 28 pessoas julgaram que as medidas foram úteis à reorganização
do trânsito em Teresina, enquanto 20 pessoas referiram-se às medidas como
ineficazes.
Outro aspecto verificado nas opiniões diz respeito à criação
das faixas semi-exclusivas para os ônibus.
O item foi julgado como prejudicial ao trânsito,
ressaltando-se que muitos dos que rejeitaram a medida o fizeram em razão de a
Prefeitura de Teresina ter utilizado vias estreitas e com apenas duas faixas de
trânsito para o estabelecimento das faixas semi-exclusivas para a circulação do
transporte coletivo.
Como exemplo bastante significativo, foi citado o caso da
Rua Anísio de Abreu, na região norte de Teresina. Dentre os que se manifestaram
acerca da criação da faixa semi-exclusiva na referida rua, 30 desaprovaram a
medida, enquanto 20 pessoas aprovaram. A criação das faixas semi-exclusivas
também provocou a insatisfação de pessoas em outras regiões da cidade.
Na zona sul, as críticas mencionaram especificamente a
Avenida Miguel Rosa e a Avenida Barão de Gurguéia. Dos que se referiram às duas
avenidas, 20 pessoas desaprovaram a criação da faixa semi-exclusiva, ao passo
que outros 16 cidadãos aprovaram a medida.
Na região leste da cidade as menções foram especificamente à
Avenida Presidente Kennedy. Dos consultados, 25 pessoas foram contrárias à
medida, enquanto outras 18 pessoas foram favoráveis.
Ainda no que se refere ao transporte coletivo, o índice de
desaprovação à qualidade/localização dos pontos de espera de ônibus é de 100%.
Das 29 pessoas que se reportaram ao tema, a totalidade julgou que as medidas
implementadas foram ineficazes e/ou inexistentes.
Também houve unanimidade na desaprovação às alterações
promovidas no percurso e nos pontos de espera dos ônibus intermunicipais.
A totalidade das 23 pessoas que fizeram menção ao tema
julgaram-no prejudicial à eficiência do trânsito. Houve ainda 12 opiniões que
mencionaram a ausência de planejamento/debate público como prejudiciais à
organização do trânsito.
Outras alterações bastante significativas dizem respeito
àquelas promovidas na região leste de Teresina, com maior ênfase à Avenida Dom
Severino.
Houve 58 opiniões contrárias às mudanças empreendidas
naquela via, especificamente no que diz respeito ao fechamento de retornos e
rotatórias, enquanto outras 52 pessoas aprovaram tais mudanças como úteis à
fluidez do trânsito na região.
Há ainda inúmeras referências às deficiências na
sinalização. Um universo de 58 pessoas desaprovaram as mudanças na sinalização
à dinâmica do trânsito, enquanto outras 26 pessoas aprovaram as alterações
neste quesito.
Por fim, verifica-se a total desaprovação à qualidade das
vias públicas. Das 12 pessoas que se referiram ao tema, a totalidade condenou a
pavimentação/conservação das ruas e avenidas da cidade.
O inquérito que apura as mudanças no trânsito de Teresina
ainda não foi concluído. Existem diligências que ainda estão em andamento.
Somente após as suas conclusões é que o procurador regional dos Direitos do
Cidadão no Piauí, Alexandre Assunção e Silva, adotará as providências cabíveis.
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